A deusa da minha rua tem os olhos onde a lua costuma se embriagar
Nos seus olhos, eu suponho, que o sol num dourado sonho vai claridade buscar.
Minha rua é sem graça mas quando por ela passa, seu vulto que me seduz
A ruazinha modesta é um paisagem de festa... é uma cascata de luz.
Na rua uma poça d'água - espelho da minha mágoa - transporta o céu para o chão
Tal qual o chão da minha vida, a minh'alma comovida, o meu pobre coração.
Infeliz da minha mágoa, meus olhos são poças d'água, sonhando com seu olhar
Ela é tão rica e eu tão pobre, eu sou plebeu e ela é nobre...
Não vale a pena sonhar.
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